EIXOS TEMÁTICOS

A Regra de Ouro da Não-Violência: aprender a tratar os outros da forma como queremos ser tratados.

Esta proposta permite-nos evitar uma acção compulsiva, levando a nossa emoção numa direcção não violenta, assumindo um bom tratamento em oposição aos maus tratos que rejeitamos. É uma visão do processo humano oposto ao paradigma do sistema ainda em vigor, que se propõe pôr fim à violência social: Com mais violência! Esta contradição está a tornar-se cada vez mais evidente porque, num sistema fechado, a violência regressa a quem a emite. 

A falta de fé na intenção evolucionária produz medo, o medo produz sofrimento, o sofrimento produz violência e a violência produz destruição. A violência é um indicador de "consciência perturbada" devido a crenças, preconceitos e projecções que são ultrapassados pela transformação das emoções em comportamento coerente de uma consciência inspirada, capaz de desenvolver comunidades intencionais não violentas. 

O novo paradigma baseia-se no facto de que a paz social só pode ser alcançada "se levarmos a paz dentro de nós e a levarmos aos outros" e para isso é fundamental "aprender a tratar os outros como queremos ser tratados", para superar o sofrimento pessoal e social, a partir do registo do sagrado, que guia para o destino maior: humanizar a Terra. 

Mudar o paradigma é abandonar a violência como um instrumento válido. É a partir do registo não violento que se constrói uma sociedade participativa e descentralizada "sem aceitar coerção sobre a liberdade de ideias e crenças, trabalhando contra todas as formas de discriminação, desigualdades e injustiças, que se manifestam em diferentes culturas, nacionalidades, estratos sociais e geracionais". 

Com a Reconciliação pessoal e social através da Regra de Ouro passamos de comunidades intencionais para uma sociedade não violenta, para uma nação humana universal, que a partir de poucos, por ressonância, irá superar a violência do sistema, o que leva à sua autodestruição.

A Regra de Ouro não impõe um comportamento, oferece um ideal e um modelo a seguir, permitindo-nos avançar no conhecimento da nossa própria vida, na qual o ser humano e o seu destino, sempre inacabado e sempre em crescimento, se erguem.

 

Direitos Humanos

Olhando para o que está a acontecer na Escandinávia, Europa, América Latina, África e Ásia e revendo os diferentes relatórios e estudos internacionais, parece-me que estamos perante uma UTOPIA que foi suspensa no tempo, com algumas pequenas e parciais excepções, a violência em todas as suas formas está presente em todos os Estados.

Os Direitos Universais e os seus enxames legais deram passos gigantescos para mudar visivelmente a situação de cada ser humano, não importa onde vivam no planeta Terra.

Percebemos que estes direitos são hoje em dia tomados como meras aspirações, e que estão presos sem poder avançar, devido à enorme pressão das potências estabelecidas.

Sentimos e acreditamos num Ser Humano, capaz de se tornar um factor de mudança na sociedade em que vive e na direcção da aplicação dos "Direitos Universais".

Nesta FH2022 convidamo-lo a desenvolver, pessoalmente e/ou virtualmente, áreas de intercâmbio que nos levarão a encontrar as formas e meios de transformar estas ASPIRAÇÕES assinadas há 74 anos em DIREITOS.

Nação Humana Universal

Desde as primeiras comunidades nômades, desde os primeiros povos, os seres humanos têm buscado o ideal de uma coletividade na qual são acolhidos e podem desempenhar um papel de liderança.

Nestes tempos em que vivemos, no século XXI, as utopias que apontam para uma nação múltipla em termos de desejos, culturas, etnias, tecnologias e costumes estão cada vez mais presentes. Neste eixo temático, propostas de cooperação, colaboração e construção coletiva de uma nova sociedade ou novas sociedades, que priorizem o ser humano e a solidariedade, que tenham o bem comum concomitante com o crescimento individual das pessoas, são bem-vindas. Vamos fazer das utopias uma realidade!

Ecologia, ambiente e mudança climática

Há pouco mais de dois anos, quando abrimos este Fórum Mundial Virtual para Água, Terra, Clima e Diversidade, dissemos que foram necessários apenas alguns meses da dolorosa pandemia global que estávamos vivendo para deter a poluição excessiva que estávamos arrastando. Apenas algumas semanas sem a poluição diária de milhares e milhões de veículos, de indústrias que queimam combustíveis fósseis, foram suficientes para a humanidade provar que ainda é possível recuperar a saúde de nossa única e frágil embarcação, a Terra. 

Mas parece que os poderosos da época, através de governos subservientes a seus interesses, não se importam em parar esta destruição bárbara. Eles não apenas ignoram conscientemente a crescente degradação ambiental que estão gerando, mas agora disfarçados de um videogame eles enviam seus navios de guerra e soldados para matar e morrer onde quer que seja mais adequado à sua mesquinhez. Geração de morte e desolação a cada esquina. 

Eles estão forçando à força a migração em massa através do planeta, o que nunca foi visto antes em nossa história. Hoje existem mais de 500 milhões de seres humanos que são forçados a deixar suas terras por causa da guerra, pobreza, doenças, poluição, em suma, iniqüidade flagrante.

De acordo com estudos científicos sérios e aprofundados, faltam menos de 10 anos para chegarmos a um ponto de não retorno nesta escalada desumana deste modelo, que não é apenas econômico, mas um sistema político, cultural, ético e moral onde o extrativismo, a pilhagem e o consumismo desenfreado têm precedência. 

A disponibilidade de água potável, ar limpo, terra fértil e equilíbrio sustentável para a biodiversidade deste planeta corre o risco de perda iminente. 

É urgente que mais uma vez levantemos nossa voz aos quatro ventos, que unamos nossas vontades e exijamos que os responsáveis por este holocausto acabem com a violência frenética que os tomou conta. 

Este novo apelo para um Fórum Humanista 2022 em defesa do nosso futuro é urgente. 

Devemos ser os criadores de uma nova Humanidade. De uma nova sensibilidade onde o valor central será o ser humano e seu habitat saudável e sustentável para nós e para as novas gerações. 

Avançar PARA A NAÇÃO HUMANA UNIVERSAL. 

Proclamemos mais uma vez: Um ambiente saudável é um direito humano inalienável.

Economia Humanista e Bem Viver